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Crianças com atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem podem precisar de ajuda. Demorar para falar ou falar com dificuldade pode significar que a criança tenha alguma dificuldade ou transtorno neste processo.
Você sabia que algumas crianças podem compreender bem, mas a fala ser algo desafiador para elas? 
Você sabia que existe uma relação entre dificudlade para comer e para falar? 

A seguir, descreverei alguns sinais que podem ajudar os pais a identificarem ou a suspeitarem de uma dificuldade. Os professores também podem ajudar a identificar possíveis dificuldades, afinal uma criança passa muito tempo na escola.

Leia com atenção e na dúvida, não hesite em procurar ajuda. E lembre-se, que “esperar” pode ser prejudicial. 

Crianças pequenas (até 3 anos de idade):

Dificuldade para mamar pode ser já um indicativo, de alguma dificuldade.
Bebês quietinhos, que vocalizam pouco ou balbuciam pouco e com pobre variação silábica também é um alerta. 
Bebês com dificuldades alimentares, com dificuldade para introduzir as papinhas, ou com as transições de consistências, que são seletivos, que recusam determinados alimentos (devido cheiro, sabor, textura, temperatura).

Existe uma relação entre dificuldade para comer e para falar!

Atraso no aparecimento das primeiras palavras (já completou 1 ano e ainda não fala “papá” e “mamã”). Ou criança que já falava algumas palavrinhas e "perdeu", deixou de falar. 
Crianças com 18 meses (1 ano e meio) e que ainda não falam ou que usam muitos gestos para se comunicar.  O contrário também pode ocorrer, crianças, que não usam nenhum gesto, que não sabem apontar, que não sabem fazer o "sim e não" com a cabecinha. 
Crianças que os pais percebem que tem vontade, querem falar, olham atentamente para a boca dos pais, mas o som não sai. Tem momentos, que parece que eles ficam "ensaiando" os movimentos da boca.

Crianças com 2 anos e que falam pouco (apenas algumas sílabas ou palavras isoladas) e que ainda não combinam palavras.
Crianças com 2 anos e meio e que ainda não falam pequenas frases ("mamã dá eiti" (mamãe dá leite!), por exemplo. 
Crianças que criam sua "própria Língua". Parecem que falam um outro idioma. Os pais não entendem. 
Crianças que os pais notam que já se frustram ou ficam irrritadas por não conseguirem se expressar. 
Crianças que compreendem tudo, mas que não falam; 
Crianças que brincam pouco, interagem pouco, que são agitadas ou muito quietinhas; 
Crianças que tem dificuldades para imitar ou para repetir o que os pais falam; 
Crianças desatentas, que não olham ou que são indiferentes às situações;
Crianças que não sabem brincar ou não se interessam pelos brinquedos que os pais compram. Que não sabem brincar de faz-de-conta. 
Crianças que os pais optaram por matricular na pré-escola acreditando que seria um estímulo ao desenvovimento da fala, mas que parece não ter surtido muito efeito. 
Crianças que os pais, comparam com os irmãos ou com outras crianças (sim - é natural compararmos as crianças, isso ao contrário, do que muitos dizem, pode ser sim, uma referência) e notam que o desenvolvimento da fala está atrasado. 
Crianças que tiveram otites (infecção de ouvido) recorrentes. 

Crianças mais velhas (depois dos 4 anos):

Crianças com vocabulário pobre. Os pais perguntam os nomes dos objetos e não respondem ou confundem os nomes;
Crianças com falam errado, que até os pais, não conseguem compreender tudo o que falam;
Crianças com dificuldade de compreensão. Parecem não entender o que foi pedido, não entender uma brincadeira ou um jogo;
Crianças que não compreendem os pronomes interrogativos: Quem? Onde? Por que? Qual? e acabam apenas repetindo parte da pergunta que foi feita. 
Crianças com dificuldade para aprender novas palavras;
Dificuldade para produzir frases: apresentam fala “truncada”, desorganizada. Frases gramaticalmente incorretas, com dificuldade para conjugação dos verbos, uso dos pronomes; dos artigos e preposições. 
Crianças que não conseguem contar fatos (não conseguem relatar o que fizeram na escola, por exemplo). Não conseguem elaborar ou responder perguntas. 
Crianças com dificuldade para contar histórias. Os pais lêem histórias, mas a criança não consegue recontar. 
Crianças que não conseguem manter uma conversa. Que não fazem perguntas ou que respondem o que foi perguntado de forma incorreta. Os pais perguntam uma coisa e a criança responde outra. São descontextualizados (mudam de assunto, falam de forma “esquisita”);
Crianças que não entendem piadas, linguagem figurada, com compreensão literal;
Crianças que apresentam dificuldade para aprender o que é ensinado;
Crianças com alterações na fluência da fala: repetição de sílabas, de palavras, com tiques associados);
Criança que entrou na escola e após 3 meses não apresentou evolução no desenvolvimento da fala;
Pobre interação social (crianças mais arredias, com dificuldade de socialização, que preferem brincar sozinhas);
Crianças com comportamento infantilizado;
Brincadeira pobre, desorganizada e que não consegue brincar de faz-de-conta;
Crianças com dificuldade de coordenação motora, com dificuldade para segurar e manusear os objetos.
Crianças com dificuldade para mastigar, com uma alimentação seletiva.

Outros fatores importantes e que também devem ser considerados:

Se há problemas semelhantes na família (pessoas que têm problemas de fala e linguagem ou algum tipo de deficiência, Autismo, Gagueira);
Histórico de prematuridade/baixo peso. Crianças que ficaram em UTI Neonatal. 
Ambiente familiar bilíngue, mas com atitudes desfavoráveis ao desenvolvimento da fala;
Pais com perfil superprotetor (“que falam pela criança”); Pais ansiosos; 
Ambiente familiar com privação de estímulos (por exemplo, pais trabalham e a criança passa o dia com a babá que pode não estimular a fala e a linguagem de uma forma adequada). Muitas babás são boas cuidadoras, porém pouco estimuladoras.
 
Se você tem dúvidas se o desenvolvimento da fala e da linguagem do seu filho ou filha está adequado ou não, não hesite em procurar um profissional especializado para uma avaliação. Você deve comentar com seu Pediatra a sua preocupação. Algumas crianças precisarão de uma avaliação com neuropediatra. 
Ou você pode também procurar diretamente uma Fonoaudióloga. É muito importante que a profissional seja especializada em crianças, que tenha conhecimento em transtornos do desenvolvimento da fala e da linguagem. 
Duvide e não aceite orientações como: "ele ainda é muito novinho!"  "coloque na escola que é falta de estímulos"  
Não existe uma idade padrão para esta avaliação, mesmo crianças pequenas, é possível sim avaliar como está todo esse processo de desenvolvimento.

Outro aspecto importante: além de quadros mais conhecidos, como o Autismo, Deficiência Intelectual, nós temos outros transtornos até mais frequentes, mas que ainda não são tão conhecidos, mesmo por profissionais da saúde, como é o caso de Apraxia de Fala na Infância, Atraso Motor de Fala, Transtorno Fonológico, Transtorno do Desenvolvimento da Liguagem (TDL), Transtorno da Comunicação Social, etc.
Diagnóstico diferencial para tratamentos personalizados é FUNDAMENTAL! 
Crianças com queixas relacionadas à comunicação, são consideradas de risco para apresentarem problemas de comportamento (desatenção, irritação), dificuldades de aprendizagem, de socialização e interação com os pares. 
Dúvidas e queixas sempre devem ser consideradas! 

Texto elaborado por: Dra. Elisabete Giusti. Fonoaudióloga Infantil. Especializada em Transtornos de Fala e Linguagem e com expertise em Transtornos Motores de Fala. www.atrasonafala.com.br . Copyright Direitos Reservados.

Referências Bibliográficas

Lahey, M. Language Disorders and Language Development. New York: Merril/Macmillan, 1988.
Law, J. The early identification of language impairment children. London:Chapman and Hall,1992.
Reed, V.A. An introduction to children with language disorders.2nd. Edition. Mac Millan, 1994.

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